sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

As cartas

As cartas
vinham cheias
de cheiros
marcas de dedos
borrões de nanquim

uma vírgula
fora do lugar
um final de frase
a clamar
por um ponto

uma preocupação
vinha nas entrelinhas
más notícias
vinham com todas
as letras

mas entre o explícito
e o tácito
sempre havia
uma terceira mensagem
revelada pela firmeza
da mão de quem escrevera.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O que é amor?

Dizem que o amor
quando é de fato
não tem nada a dizer

se é por direito
só tem amor por fazer

se é daquele amor sem fim
não tem nem começo

muito menos futuro
e só tem tempo
de amar

amor quanto mais
se tem
mais se quer

quanto mais é dado
mais se tem pra
dar

mas, o problema é que
amor é bactéria e
se reproduz
sem controle

é vírus
e prevalece
mesmo com vacina

se fortalece
a cada mutação

o amor muda
depois da semente
vira árvore
que ninguém sabe
se dá flor ou fruto

amor se infiltra
pelos muros coronarianos
e se ninguém fizer nada,
trinca o lugar
onde ele não decide
se quer morar

amor é assim
sem pai nem mãe
uma coisa
que só ganhou esse nome
amor
para não ficar por aí,
indigente,
sem registro,
carente,
mal amado
e mal visto.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Abram aspas
para as pessoas

elas não têm
o sentido exato

e qual exatidão
pode haver
dentro do coração
de uma pessoa?

Pessoas
enchem as casas
de coisas
e carregam
os casos sérios
nas costas

Pessoas
imploram
alas abertas
para desfilar seus
interesses

mas de repente
no meio da rua
elas se perdem
como se não soubessem
mais seus endereços

abram alas
para as pessoas
que elas precisam
correr

batam palmas
para as pessoas
pra que elas
tenham coragem
de retornar ao palco
e revelar sua personalidade

pessoas são
peças
de teatro
evoluções culturais

pessoas são macacos
que levantam
pesados carros

pessoas são
macacos
de auditório

será que os
macacos pensam?

E se pensam,
acham que regrediram
os primatas
ao se tornarem
homo sapiens?

Nada mais
humano
do que as ações
desumanas

abram aspas
para as pessoas
porque nunca se
sabe quando
vão ser gente de verdade
defender a humanidade

Mas, muito cuidado:
pessoas
costumam levar tudo
para o lado pessoal.

domingo, 22 de novembro de 2009

Verdadeiramente

Um dia
absolutamente
sol

outro,
completamente


a verdade
verdadeira,
quando
está só,

torna-se demente

às vezes,
tudo é somente
pensamento
positivo
e fé

verdades
não se sustentam

são teses
que se desmontam
sob o efeito
dos ventos
que
vieram do lado leste
do peito.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Recepcionista

A esperança
ganhou um
emprego
de recepcionista
de amores

Um amor
veio
não disse bom dia

tomou água gelada
comeu
biscoito de água e sal

e saiu tal qual
entrou

sem dizer a que veio

a esperança
recepcionista
se decepcionou

mas não se desesperou

no dia seguinte,
voltou ao trabalho
e outro amor chegou

Sala de espera

O amor
está ali
na sala de espera

no limite
do prazo
entre o será
e o já foi

eu não sei
se devo
receber
essa coisa
tão paciente
quanto surpreendente

não sei
se compro
essa ideia

se pago
se pego
se levo

não sei
se peso
na balança

ou
se desprezo
os riscos

não sei
se devo

o amor
está assim
em compasso
de espera

na linha tênue
do tempo
entre o vai ser
e o já era

eu fora
de mim

pra ser bom
anfitrião
tenho de expulsar
o medo
botar a razão
pra fora

e servir
um vinho
envelhecido
entre as tensas
paredes
do coração

domingo, 4 de outubro de 2009

Embarque

Sabe esse rio?
 Dizem que ele desce
 É só subir o rio
 que dos males se esquece
 Basta avistar o rio
 e se encontrou o vale

 Mas, todo rio, dizem,
 nasce tão longe
 na serra da pedra
 sai um fio d'água 
 e de repente um córrego
 um filho da mãe d'água

 e morre o rio ainda jovem
 no porto onde se faz o parto
 de todos os mares
 mas todo rio
 o rio inteiro
 qualquer rio
 verdadeiro
 é um homem esperto
 sempre a fugir do mundo ruim 
para disfarçadamente
 se esconder no oceano
 e se fingir de mar morto

 E na velhice,
 o rio é Doce 
o peixe disse
 que o Rio Velho
 é um espelho
 é vermelho depois do meio-dia
 e à tarde espalha paz 
que a gente pesca
 pensando ser melancolia
 é o peixe que o rio vende
 o rio leva a água 
lava a égua
 e engana a quem está crente
 que ele chora
 gosto de lágrima quem tem 
é o mar 
 já o rio ri da gente
 engana 
se faz de tonto
 santo
 e louco
 o rio encanoa a gente

Apito final

Ele esperava
uma virada
no jogo

mas levou
uma goleada

e ficou em
estado de
partida:

a qualquer
momento
ele iria

mas de
repente

não conseguiu
evitar uma risada

ele riu

e não viu
mais nada

sábado, 3 de outubro de 2009

O traço e o risco

Traçar detalhadamente
os planos

para que nada
dê errado

riscar do mapa
todos os enganos

e perder
a emoção
de correr o risco

e viver
sob a ameaça
de encontrar
a fórmula

e ver
as coisas
aos poucos
perdendo
a graça

Apertar os cintos

Apertem
o que sentem

o coração
sumiu

Não falem
agora

o silêncio
pediu

mais um minuto
de barulho
interior

dá tempo ainda
de revirar a casa

e encontrar
o cinto de segurança

que nesse caso,
não passa
de um sentimento
de esperança

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Aprendiz de letras e números

Se for provocado,
pode morder

se for convocado,
quer jogar
suar a camisa
e reger a multidão

se estiver machucado,
vai sarar

depois de
assimilar a dor
e adotar a ferida

foi reprovado por zerar
a redação

remanejado
para outra
repartição

por ter falado
do mais
e do menos

como simples
operações

descobriu
que viver
não é matemática

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A lenha e a linha

Lenha e água,
navegação

linha e água,
pescaria

lenha e fogo,
São João

linha e fogo,
liquidação

lenha e terra,
cerca

linha e terra,
demarcação

lenha e ar,
fogo

linha e ar,
pipa

lenha, pedra e ferro,
linha de trem

Oração da Chuva

Chuva
me lave
me leve
e me pese

Chuva
me regue
me pegue
e me solte

Chuva
me escolte
até eu me salvar

E o que me salva
é matar a sede,
é molhar o rosto

O que me salva
é a água da chuva,
que não deixa o coração secar

Minha bandeira nacional

Em vez de
ordem e progresso,

liberdade e justiça.

Brincar de forca

Brinquemos de forca,
pensemos numa palavra

é preciso acreditar
na força da palavra

mas,
ainda não fale

nem escreva

apenas pense
em qualquer palavra

e credite um acontecimento
ao poder da palavra
muitas vezes repetida

acredite
na farsa da palavra

amole a fala
que falar é faca

corte o mal
pela raiz

afrouxe
a corda no pescoço

tire o nó
da garganta

Os pontos

Jogar
para contar os pontos

Riscar
para ligar os pontos

Correr
para esperar nos pontos

Pedir
para parar nos pontos

Deixar
o corte se fechar
para retirar
os pontos

Cantar
toda vez
que der vontade
de entregar os pontos.

Eco

A voz
repousa

o silêncio
nem ousa

mas
eis que
uma centelha
de brilho
no fundo do olho

tem o efeito
de um grito
dentro de uma caverna.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Propostas e resignações

Não matar
não morrer

Escapar
mas sem correr

Fazer correrias
mas sem pressa

não atropelar
nem se descabelar

nada de decoreba

cacos
fazem bem ao texto

discorrer
suavemente

sobre o que
chora dentro da gente

sobre o que
vem à cabeça

sobre o que
faz rir

como é bom
sorrir discretamente
diante da placa
que diz
"sorria, você
está sendo filmado"

Não é fácil ser
um rio
e escorrer
docemente
até se rebelar
nas pedras

porque nem sempre
há um mar de alegria
à espera no final do
singramento

às vezes,
o sangramento parece
difícil de se estancar

mas, nada de
desespero

se for possível,
ainda dá para subverter
o alerta do
"salve-se quem
puder"

o que dá certo
mesmo é
salve-se,
toda vez que puder.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Brinquedo de escrever

Um blog,
uma blague,
um bloco
na rua

uma briga
crônica
diária
semanal
extemporânea

espaço
contemporâneo

direito e
exercício de
expressão

desabafos
ensaios
pretensa poesia
divagações

devagar
mas com pressa
de falar

terei sempre
algo a dizer?

Um blog
impresso
primeiras
impressões

expressinho
direto
ou um
trenzinho
se contorcendo
entre as montanhas
do pensamento

um blog
passa devagar
pelo trilho cibernético

um blog,
meu lado,
seu lado,
outros lados

um blog
um imbroglio

motim
que não
se dissolve

um blog
proseia
e passeia
pelo black

um blog
também
é branco
e preto

um blog
é sério

um blog
é prata
é real

civilizado
e bronco

um blog
banca a ideia
mete bronca

um blog
se presta
a postar

um blog brinca

é um pombo correio
num vo o digital

pássaro que pousa
na ponta
de um novo meio
de bater as asas

diferente de um e-mail
mais que um gorjeio
menos que uma sinfonia

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Vento seco

Passou por mim
um vento seco

encharcou-me
de poeira

sujou-me
de esperança

uma estranha
camada
de melancolia

uma saudade
adivinhada
antecipada

tenho agora
uma cor de terra
e uma ânsia

a mesma
de quem abre mão
do sono reparador

para satisfazer
desejos
do corpo

domingo, 30 de agosto de 2009

Indigência

Tece a teia
arranha
a lente

desmancha
a casa
desaloja
a aranha

arregaça
a manga

está na
garganta
o caroço

e arranha
o céu-da-boca
do estômago

vendeu
a janta
comprou
o almoço

e quando
bebe
desabafa

e quando
engole
desengasga

vai à luta
e come
grama

demente
em tese

mas não rasga
grana

então desmente
a tese

se não
baba

nem joga
pedra

não está
doente

não parece
mas ele
ainda é gente

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Entre uma e outra coisa

Moro perto vivo longe entre o ponto de ônibus e o ponto de vista Durmo tarde num lugar entre o abrigo e o esbarro Faço coisas E elas permanecem guardadas e espalhadas entre o secreto e o esparro entre o roteiro e o improviso a lembrança e o esquecimento.

Fases

Fazes
da lua
a luz
de alguma
poesia?

Fases
da lua
influenciam
teu dia?

Da noite
longa e fria,
sobraram
fezes
na calçada

Dos fusos
mal compensados
restam caras
mal dormidas

Mas,
há tempo
para jogar a vida

e nesse,
como em qualquer
jogo,

tudo é fase

Se a época
não é propícia,
é só esperar
mais um giro
completo da Terra

É tudo fase

e o segredo vem
no imperativo:

não esperes
tudo da vida

não esperes
nada da sorte

não esperes

domingo, 23 de agosto de 2009

Crítica

A crítica
é cítrica,
ácida,
básica

a crítica,
até a apócrifa,
constrói

a crítica
rói
o mundo
que sustentava
o criticado

a crítica
é a crônica
do crescimento

é o tônico
do recomeço

que a crítica
venha seta
direta
ou nas entrelinhas

crítica
nunca vem
do baixo

crítica
de dentro
auto- crítica

ou de fora

que a crítica
me atinja
e dela eu não desvie
nem finja
que não vi

mesmo que
seja um míssil
com a missão
de destruir

seja a crítica
o mais difícil
instante

que ela acerte
bem no alvo

e eu me veja,
assim,

agradecido
e salvo.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O trem

Na música brasileira,
o trem é assunto recorrente.

Raul Seixas tinha o trem das sete.
Os Demônios da Garoa cantavam
que não podiam perder o trem das onze.
Cazuza embarcou num trem para
as estrelas.
Villa-Lobos viajava sem pressa
no trenzinho caipira.

Também não dá
para esquecer
o café com pão
café com pão
da poesia de Manuel Bandeira.

Na cultura mineira,
entre o erudito e o popular,
entre todos os ritmos,
entre a música do clube
da esquina
e as bandas no coreto
das praças,

entre as caixas do congado,
as violas e os violeiros,
entre as cantigas do Vale do Jequitinhonha
e o teatro do Grupo Galpão,

há um momento reservado
para um som sagrado:
o apito do trem.

Mineiro tira trem do olho,
enche a mala com os "trem"
e vai para a estação
pegar o vagão.

Mineiro,
quando está com fome,
come um trem qualquer.

Mineiro
não tem dúvida
de quando está apaixonado.

É só por sentido
nos sinais:
quando a paixão chega,
mineiro sente um trem no coração.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Inescrever

Há dias em que eu escrevo
noutros,
apenas relevo
a vontade

algumas idéias
são assim mesmo
têm a vaidade
de achar
que merecem ser ditas

O silêncio
da folha em branco
só não tem a mesma
eloquência
de uma folha verde
à espera do momento
de se libertar da árvore

nem a nobreza
da mudez de uma folha seca

domingo, 9 de agosto de 2009

Em cômodos

Basta um tijolo
no quintal das lembranças

basta uma tinta branca
descascando no quarto da infância

e lá vai parede
memória adentro da casa

sete pessoas
moram em três incômodos

o pai cospe
no cimento frio da cozinha

o dinheiro do mês
só vai dar para uns dias

corta a pasta de dente
da lista do armazém

corta também
o desodorante
o sabonete
e o papel higiênico

mas, o quintal tem galinha
que a mãe faz sangrar
no prato de esmalte

se o vô Chico Marta
trouxer um guaraná,
está salvo o almoço do domingo

Cerca viva

Esses anos todos
esses ipês roxos

o cheiro de goiaba madura

aquela flor arrepiada
como um cabelo moicano
é a cerca viva da escola

agora que eu arranquei a flor
só há uma coisa a fazer por ela
é assoprar suavemente
e fazê-la flutuar

pratos de esmalte
no recreio
mingau de fubá
e couve

o que houve com a infância
de hoje?

Nada de mau

foi apenas o mundo
que deixou as coisas
muito prontas demais

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Amor amor

Um amor de domingo
a gente esquece na segunda-feira

amor à primeira vista
ou de primeira viagem

amor bom,
o que a gente escolhe

gostoso colher amor

mas, o que sustenta
e tem sabor

é o amor
que a gente planta

o amor
está à venda

e tem dia
que a gente compra

há o amor
que é só um caso
e amor de casamento

amor que acaba
que recomeça

amor que suga
amor que compensa

amor que dá ruga
e amor que rejuvenesce

amor explícito
e amor que nem parece!

Mas, o melhor de tudo
é quando o amor engole a gente

e quando a gente pega o amor
e come

o amor nos agiganta
e nos consome

é bom cheirar o amor
mas evite podar o amor

é bom regar o amor

amor bonito,
amor mais rico,
faz rir e chorar,
morrer e renascer

amor, assim como a vida
e como a morte,
encanta

amor louco e são
é mesmo
o amor que a gente planta.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pequena História

A história
era sem pé

o herói,
sem cabeça

não era impressa
em páginas

mas escrita
às pressas
nas imáginas

O livro

Livro
é vulcão
faz as vezes
da lava

livro ladra
faz as vozes
do cão

o livro morde

e age em silêncio

o livro
nos rouba
de nós mesmos

mas, bom ladrão.
devolve-nos
de página virada

o livro cai
como uma luva
na nossa solidão

o livro cai
como um livro
na nossa mão

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Jogo da verdade

A verdade tem dia que insiste
 verdade existe?

 É questão de crença,
 ou coisa de criança 
 criança não mente
 portanto, 
mentir é sinal de amadurecimento

 adultos mentem
 quando descobrem
 os perigos,
 as armadilhas da verdade
 verdade absoluta
 fundamentaliza
 faz o que nasceu
 da mente virar lei
 o autor da idéia vira rei
 em nome da verdade,
 monte-se uma verdade
 assim como a mentira,
 verdade também se inventa
 verdade também se aumenta
 e verdade em excesso mentira é
 e até ao amigo de verdade, 
evita-se pronunciá-la ela, 
a verdade daquela do tipo tapa na cara

 e é assim que a gente
 só vai voltar a parar de mentir
 quando estiver velho
 é quando a gente volta
 a ser criança
 e fica mais próximo daquela, 
dizem, 
a única verdade
 e começa de novo o jogo:
 morte existe?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Positivamente

Certidão negativa,
fato positivo

exame positivo,
depende

pode ser
doença,
verme
ou bebê

pensamento positivo
desenha fatos

pensar positivo
é fotografar a memória
daquilo que ainda não aconteceu

como se o virtual
fosse um estágio
anterior ao surreal

daí para o real,
basta uma pincelada
de Pablo Picasso,

um capítulo
de Gabriel Garcia Marquez

dependendo
do grau de embriaguês,

nunca mais se acorda
do devaneio

e as páginas
vão ficando estranhas

palavras mortas,
feitas com letras vivas

livros novos,
com cheiro de mofo

no mais,
pensar é menos

sentir
é que merece
espaço

e não gasta passo

e não bate de frente
com o tempo

às vezes,
basta mirar profundamente
uma vírgula,
cuidadosamente enfiada
numa frase de Guimarães Rosa

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Ecos da semana

- Treze rodadas, um terço do campeonato brasileiro já disputado. E o "cavalo paraguaio" continua na liderança. Será que vai ser ultrapassado na curva? Vai faltar fôlego na reta final? Muita gente aposta que sim. Mas, os atleticanos só querem curtir essa boa fase. Mineirão lotado, Diego Tardelli, Éder Luís, Márcio Araújo, Welton Felipe e o goleiro Aranha jogando um bom futebol. E Celso Roth com o prestígio em alta. Sonhar não custa nada!

- O Cruzeiro deu um passo importante para recuperar o moral depois da derrota na decisão da Libertadores. Contra o Santo André, voltou a ser aquela equipe encorpada, forte. Não faz nenhum sentido imaginar que com jogadores do quilate de Kléber, Fábio, Marquinhos Paraná e Wagner, o time corra algum risco de ser rebaixado. Parece que a reabilitação já começou.

- Aos poucos, os estadunidenses vão abanndonando a fixação em achar um culpado para a morte de Michael Jackson.

- Depois de um início de mês assustador, com muitos homicídios na primeira semana, Governador Valadares está há nove dias sem registrar um assassinato sequer. Que essa onda seja duradoura!

- A divulgação da pesquisa, que mostra a cidade como a segunda do país em número de assassinatos de jovens até os 19 anos, mexeu com os brios de autoridades policiais, judiciais e políticas. Ainda bem. Só o fato de haver uma reação, com ares de indignação, já mostra que não estamos em estado de letargia. O problema da segurança pública é de todos nós.

sábado, 18 de julho de 2009

Linguagem

A linguagem
faz
das tripas coração
pra transformar
o que se diz
em compreensão

O que você quer dizer?

Não importa
O que é importa
é como vai dizer

Vai falar que ama?
Fale
Dê com a língua nos dentes,
passe a língua
no sexo

Vai dizer que odeia?
Pode usar a linguagem
do beijo
do aceno
da arma
do obsceno

Linguagem
é um barítono
no palco

é uma barata na sala

linguagem
é um barato
de droga

é uma liquidação barata
de palavras
formas

preços
e prazos

linguagem
é uma tromba d'água
que desaloja o conteúdo

terça-feira, 14 de julho de 2009

Rotina de morte e vida

Toda vez
que eu morro
é assim:

uma subida,
uma árvore encorpada,
deixando a luz vazar
a sombra,
folhas caindo
no tempo exato.

Quando eu morro,
antes de levarem
meu corpo,
tenho a alma
bem lavada,
feito nosso time
goleando o maior rival.

Toda vez
eu morro assim:
sem saber a causa,
sem sair de casa,
sem bala perdida.

Mas, a pior morte
é essa:
viver como causa perdida.

E a melhor qualidade de vida
é, sim,
morrer todo dia
e saber que os anjos lá de cima
ou os demônios lá de baixo
moram é aqui dentro.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A terra tremeu!

A terra tremeu na noite de quarta-feira.
Não. Não é sentido figurado.
Não foi nenhum show da exposição
agropecuária de Governador Valadares.
Nem o velório de Michael Jackson.
Foi na região dos bairros Grã-duquesa,
Morada do Vale,Vale Verde
e Esperança.

Moradores saíram assustados de casa.
Pratos, talheres, rádios de pilha
caíram no chão.
Há relatos de pessoas que estavam deitadas
no sofá
e se prostraram,
de joelhos,
para se entregar ao apocalipse.
Acharam que era o fim do mundo.

Mas, a maioria pensou que era um terremoto.
Os bombeiros foram chamados.
A Defesa Civil foi acionada.
Na quinta, pela manhã, uma vistoria
concluiu que não houve abalo císmico.
Os cismógrafos de Brasília não registraram
um grauzinho sequer na famosa escala Richter.

Tudo indica que o problema tenha sido causado
por explosões, feitas numa pedreira.
Como não chegou a ser trágico,
fiquemos apenas com o lado cômico do episódio.
Resguardando-se, é claro,
a necessidade de se averiguar
a possibilidade de que novas explosões
tragam riscos mais graves
aos moradores próximos da pedreira.

É mais um capítulo das situações inusitadas,
vividas pelo pessoal do Corpo de Bombeiros.
E isso, no mesmo dia em que uma capivara mordeu um homem,
que tentava capturá-la.
Como lembrança, ele ganhou vinte e um pontos na perna.

Quem sabe, a gente não se esqueça de
como "eticamente", os animais,
mesmo os mais sevalgens,
estão bem à nossa frente:
eles só atacam para a sobrevivência,
para ter alimento
ou para se defender,
como parece ter sido o caso da capivara.
E nós, seres humanos, é que levamos a fama
de racionais.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Kaká X Cristiano Ronaldo

Afinal, quem é melhor?
Kaká ou Cristiano Ronaldo?
A julgar pelos valores financeiros
da compra dos direitos econômicos de
cada um deles,
Cristiano Ronaldo foi mais caro.
Será que ele joga mais do que Kaká
e vale mais do que Kaká?
Pelo menos em termos financeiros,
1 a 0 para Cristiano.

E qual dos dois vai se destacar
mais no Real Madrid?
Kaká com a camisa 8?
Ou Cristiano, com a número 9,
que já foi de Ronaldo?
Cinquenta mil pessoas lotaram
o estádio para receber Kaká.
Oitenta mil pessoas superlotaram
o mesmo estádio
para dar as boas-vindas a
Cristiano Ronaldo em Madrid.
2 a 0 para ele.

Na hora de se dirigir aos fanáticos
torcedores do Real Madrid,
Kaká resolveu fazer discurso
em espanhol.
Cristiano Ronaldo
fez questão de falar em bom
português.
3 x 0
para o português.

Mas, como os dois ainda não entraram em campo
para fazer valer toda essa festa que tiveram na chegada,
Kaká ainda tem muito tempo para virar esse jogo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pezinho de Alface

- Alô! Abigail?
- Sim, desculpe a demora. Eu estava lavando roupa.

É assim que ela atende o telefone. A simplicidade típica de uma dona de casa torna a história dessa mulher ainda mais interessante. Abigail Gonçalves, viúva, mãe de três filhos, todos já formados, como ela diz; não se preocupa apenas com os “meninos” de casa.

Nos últimos quinze anos, Abigail se tornou guardiã dos direitos de crianças e adolescentes de Governador Valadares. Como toda evangélica, gosta de ler a escritura sagrada, mas não abre mão de saber de cor os “versículos” mais importantes da segunda “Bíblia”, que ela tem em casa. “Todos os pecados e erros cometidos contra os meninos e as meninas deste país, só são praticados por causa do desconhecimento e do descumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.”

Ao participar de uma mobilização da comunidade para reerguer uma creche do bairro Santa Rita, em 1993, Abigail acabou tomando contato com uma realidade que não conhecia. “Os meninos chegavam à creche de pezinho no chão; alguns muito magrinhos”, lembra. Não demorou e ela percebeu que as crianças maiores, as adolescentes, ficavam com muito tempo ocioso, que poderia ser mais bem aproveitado. Abigail e um grupo de mulheres fizeram uma campanha de doações, arrecadaram dinheiro, compraram bebedouro, ganharam material de limpeza, e até oito máquinas de costura. “Conseguimos montar um curso de corte e costura e outro de arte culinária”.

A partir daí, a dona de casa não parou mais em casa.

Em 1996, incentivada pelos vizinhos, candidatou-se ao conselho tutelar. Foi eleita. E depois, reeleita. Foram seis anos de mandato.

Como conselheira tutelar, Abigail acompanhou a difícil fase do antigo CENISA, local onde eram internados os adolescentes que cometiam atos infracionais. Período conturbado, de muitas rebeliões. Inúmeras vezes, Abigail era quem ia atrás de juízes, promotores, advogados, políticos, prefeitos, deputados, para pedir socorro. “Eu não queria mordomias para os internos do CENISA. Queria apenas que fossem respeitados os direitos deles como pessoas. E que tivessem a chance de se recuperar e se reintegrar à sociedade.”

Foi nesse período que Abigail ganhou um apelido dos adolescentes do CENISA: “Pezinho de Alface.” No auge dos tumultos no centro de internação, à noite, os meninos pediam que alguém levasse café para eles nos alojamentos. Aí, entrava em cena o bom humor e a presença de espírito de quem sabe como dialogar com os adolescentes. “Eu falava pra eles: gente, café vai deixar vocês mais nervosos: vocês têm é de tomar um chazinho, comer alface, pra ficar todo mundo mais calmo.”

Da época de conselheira tutelar, ela também não se esquece do apoio que recebeu do marido: “Numa das muitas vezes, em que o telefone tocou lá em casa de madrugada, fui informada de que um bebê, de um ano e meio, havia sido abandonado na rua, no centro da cidade. Acordei o meu marido, e ele, mesmo com muito sono, levantou-se da cama, e foi lá comigo para recolher a criança”, revela.

Abigail perdeu o marido, quando estava no segundo mandato como conselheira tutelar, no ano 2000. Quis o destino que o companheiro se fosse, de forma repentina, na véspera do aniversário dela. Essa coincidência de datas entre morte e o que deveria ter sido a comemoração pela vida gerou uma situação inusitada. “Ele estava tão bem de saúde, que de manhã, contratou o serviço de telemensagem para o dia seguinte. Quando a funcionária ligou para a minha casa para passar a mensagem, minha filha atendeu. Era a mensagem me parabenizando pelo aniversário. Só que naquele mesmo instante, o homem que mandou o presente, estava sendo velado numa igreja do bairro.”

Ela ainda se recuperava da perda do marido, quando um ano depois, via-se diante de um novo e duro desafio. Tinha em mãos, um exame médico que não deixava dúvidas: estava com um câncer na faringe, no estágio 3. “Os médicos me deram alguns meses de vida. Até hoje, eles falam que não acreditam que eu esteja aqui.”

Depois de sete anos de muita radioterapia e quimioterapia, Abigail ainda não se livrou totalmente da doença. De três em três meses, tem de fazer acompanhamento médico. Mas, já provou que não é de entregar os pontos. A explicação para tanta força? “A paixão pela criança e pelo adolescente me mantém de pé.”

E a recíproca parece ser verdadeira. Um dia, voltando do médico, Abigail encontrou na rua alguns dos adolescentes que já passaram por ela no antigo CENISA. “ Eles me viram quase sem cabelo, com um lenço amarrado na cabeça. Ficaram arrasados. Um deles apertou a minha mão e disse: - Estou conversando com Deus; ele falou que vai salvar a senhora.”

sábado, 4 de julho de 2009

Cores do poema

Nos primeiros anos de escola,
poesia era
métrica

Para extrair
o sumo poético,
só espremendo
as letras
no rigor do
limite das sílabas

O rumo era a rima
a rima era o remo
nas mãos do poeta canoeiro

Hoje,
poetizar ainda é pescar
palavras no oceano

Mas,
agora,
é com
o verso branco
que a gente brinca
de ser poeta.

De vez em quando,
a frase sai cheia de cores

Sem a obrigatoriedade
da rima,
ela chega quando quer,
acha logo o seu par
e o chama pra dançar

e é assim que,
mesmo
sem ter quatro versos,
qualquer estrofe
pode ser chamada
de quadrilha.

Desaluno

- Saia!
Eu fico

- Fique!
Eu voo

- Cale!
Eu falo

- Fale!
Eu mudo

- Faça!
Eu surdo

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Elementos

Já houve um tempo
era o vento
que passava

depois,
passou a ser
o tempo
que voava

Aí chegou o dia
o ar
em mim faltava

E era mesmo de
vento
que eu me alimentava

o fogo
em mim ardia

a terra
dos meus pés fugia

Só a água
me compreendia

talvez ela soubesse
muito
da sede que eu sentia

Maturação

Todo passo que dou
é um voo que faço

cada farsa que uso
é um rosto que eu traço

Meu auto-retrato
sai em baixo-relevo

se eu me perco
na casa
entre o alto-falante
e o criado mudo

já me encontro
criado
pronto pra tudo

só não estou preparado
para os mares mais profundos

nem para as luzes
que tanto guiam como cegam

Mas estou tonto um tanto
pra me entregar a essa vertigem.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sombras, luzes e futuros

Era um troço assim,
sem muito nexo

Um traço fino e trêmulo,
curva incerta
reta estreita e curta
estranha estrada

Era um som ruim,
mas não era pra tocar
Ah, bom!
Era só pra vender.

E quem me empresta
a receita do que é bom?

Eu era criança,
a sorte
era uma sombra
existindo sem sol.

Eu tinha esperança.
Mas, a morte, uma sombra
vagando na noite.

Sombra tão forte,
nem precisava da lua
para andar lado a lado

Ainda está aí?

Mas, é preciso caminhar.

Amor que presta
não é o que dura

é o que resta dele?

Amor enche o prato
de bom tempero

tem um quê
de doença e cura

Saúde que se preze
é sem sal

Oração que se reze
não tem ponto final

E o tal futuro?
Era já escombro
de algo ainda por desabar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Silêncios e barulhos

Qual barulho te incomoda?
O som alto de um carro?
O som alto da igreja?
Zumbido de pernilongo?
Alarmes que disparam e ninguém aparece nem pra ver se era o ladrão?

Formigas não gostam de cigarras,
principalmente quando elas, as cigarras,
cismam de dar show até tarde da noite
e as formigas precisam trabalhar na manhã seguinte.

Nossos tímpanos são limitados.
À certa altura,
alguns sons se tornam insuportáveis.

Até o galo,
acostumado a cantar de madrugada,
dentro da cidade,
torna-se indesejável.
Que o digam os hóspedes de um hotel
de Governador Valadares
que já denunciaram um bichinho desse
ao disque-sossego.

E qual é o limite
entre a poluição sonora
e a intolerância de um vizinho ranzinza?

Qual o limite
entre a minha alegria extravazada ao máximo
e a necessidade do silêncio
para reorganizar o pensamento,
descansar o corpo
e reequilibrar a alma agitada?

Como diz Milton Nascimento:
"Lembra que o sono é sagrado
e alimenta de horizontes o tempo
acordado de viver."

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sobre a escrita

Escravo da palavra, 
quem é 
 escreve
 Crer ou não crer
 já é outra questão

 descrente da palavra
 quem é descarta
 nem livro, 
nem jornal,
 nem carta

 Quem escreve
 independe da fé
 não defende
 não ataca
 só arrisca
 e finca estaca
 naquilo que lhe consome 
 narra
 inventa
 escracha

 Escrota
 a palavra maldita
 faz estrago
 
Só Saramago
nos salva
do fogo do mal escrito

Virada do meio do ano

Chegamos à metade exata do ano. Daqui a seis meses, 2010 estará na porta. Eleições, Copa do Mundo...

Até agora, 2009 nos reservou um cardápio misto de crise econômica, acidentes aéreos, escândalos no senado, mortes de celebridades, início de mandatos de prefeitos eleitos em outubro passado.

Como já escrevera Carlos Drumond de Andrade, alguém teve a feliz idéia de dividir o tempo em anos, meses, dias, horas...

E assim, a cada 31 de dezembro, a gente tem a ilusão de que depois da meia-noite, tudo vai recomeçar, vai ser diferente, vai renascer.

E enquanto não chega o ano novo, que tal esperar que notícias boas surjam aos borbotões no segundo semestre? Que tal estourar champagne na virada, entre os dias 30 de junho e 1º de julho?

Feliz semestre novo para você!

sábado, 27 de junho de 2009

Chuva de inverno

Durante a madrugada, uma chuva aplacou a poeira das obras da prefeitura em frente à minha casa. Fora aquele cheirinho de terra molhada. E essa dádiva toda, em pleno inverno. É um bom começo de sábado.

A sequência do sábado guarda a expectativa da torcida do Atlético. O Grêmio Barueri, depois de surpreender o Cruzeiro no Mineirão, vai ser a primeira equipe a conseguir parar o Galo no campeonato brasileiro?

E qual Cruzeiro entrará em campo hoje? Aquele time amorfo e desinteressado dos últimos jogos do brasileiro ou o timaço com jeitão de campeão, que tem encantado à torcida na Libertadores?

E uma dúvida: por que o formato blog não gosta de parágrafos?

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eu prometo!

Prometo que não vou escrever nada sobre a morte de Michael Jackson.

Afinal, a TV já nos bombardeou.
Overdose.
Ninguém duvidava de que quando Michael Jackson morresse, a notícia teria destaque na imprensa do mundo inteiro.
Mas, a cobertura da TV brasileira está ultrapassando os limites do razoável.

Um amigo meu me disse que ao acordar, hoje pela manhã, abriu a torneira e jorrou a música Billie Jean.

E eu acabei escrevendo sobre a morte de Michael Jackson.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Cruzeiro e a injúria

O time de Adílson Batista está quase na decisão da Libertadores. Méritos para o "professor pardal". Quem disse que ter coragem para inventar não é uma qualidade? Que o digam, Santos Dumont, Sabin, e os nossos ancestrais, que um dia, inventaram a roda.

Invenção nada original foi a do argentino Maxi López, do Grêmio. Chamar alguém de macaco, como ele fez com Elicarlos, do Cruzeiro, está fora de moda. E tem uma implicação pouco mencionada: "o ponto de vista" do macaco. Afinal, a pessoa que se sente ofendida pode reclamar, ir à polícia, reivindicar a lei, que estabelece: quem profere palavras de cunho racista está cometendo crime de injúria. Mas, no caso específico de ontem, não seria também ofensa ao macaco, alguém se sentir ofendido por ter sido chamado de macaco? Vou pesquisar na legislação ambiental. Ou perguntar ao ministro Carlos Minc. Como diz o "Macaco" Simão, "Minc leão dourado"!

Nenhuma câmera registrou o flagrante do fato, nem mesmo uma imagem para a gente fazer a leitura labial! Ficou o contraditório: a palavra de Maxi López, negando que tenha xingado o brasileiro e a palavra de Elicarlos, sustentando a denúncia. De qualquer forma, a suposta injúria cometida colocou fogo para a segunda partida em Porto Alegre.

domingo, 21 de junho de 2009

Diploma, futebol e Clarice

A decisão do STF de tornar não obrigatório o diploma para o exercício do jornalismo, na prática, não muda muita coisa. A não ser a necessidade de o profissional se preocupar com a formação, em ser bom no que faz, em se aperfeiçoar. Mas, isso não é novidade. Gostei muito de um diálogo que li num blog a respeito do assunto.
- quer dizer que um pedreiro pode tomar a minha vaga de jornalista?
- pode sim. Se ele se expressar melhor do que você, se escrever melhor do que você, se for mais competente do que você, pode sim. E nesse caso, pode e merece tomar o seu lugar.

Atlético contra o Santos na Vila Belmiro. Cruzeiro contra o Barueri no Mineirão. Minas acompanha a trajetória feliz do Cruzeiro na Libertadores e a surpreendente campanha do Galo no Brasileiro. Tomara que continue assim.

Acabei de assistir a um vídeo, com uma entrevista de Clarice Lispector. Uma personalidade enigmática. Apaixonante. Sobre o ato de escrever, ela disse: "Não sou profissional para não perder minha liberdade."

quarta-feira, 17 de junho de 2009

E a PEC?

O senado não votou.

O número de vagas nas câmaras municipais não aumentou.

Mas, será que ainda vai aumentar?

Suplentes de todo o país estão na exPECtativa.

terça-feira, 16 de junho de 2009

ExPECtativa

Suplentes de vereadores em todo o país vivem a expectativa da votação, no senado, da famosa PEC, que pode reconstituir e em alguns casos, aumentar o número de vagas nas câmaras municipais.

Se a PEC for aprovada, em Governador Valadares, em vez de 14, a câmara passaria a ter 21 vereadores.

Quem é a favor da PEC argumenta que a aprovação não implicaria aumento de despesas para os cofres públicos.

Quem é contra entende que o número atual de vereadores já é muito.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

E não é que Dunga estava falando sério? Chegamos ao ponto em que o futebol brasileiro precisa respeitar o Egito (isso só pode ser praga da época dos faraós!). Contra qualquer prognóstico, time do Dunga 4 X 3 Egito. Não vi o jogo. Não vi e não gostei.
A torcida atleticana acordou, hoje, na liderança do campeonato brasileiro. Será um "galo paraguaio"? Essa pergunta começa a ser respondida nas próximas rodadas.

A torcida cruzeirense tenta acreditar que, na quinta-feira, o time vai jogar de forma diferente contra o São Paulo. Afinal, na Toca, ninguém nunca escondeu que o grande objetivo do ano seria mesmo a conquista da Libertadores.

E a Copa das Confederações? Dunga prega respeito contra a seleção do Egito. Jesus! Ele está falando sério?

domingo, 14 de junho de 2009

Superação e Sintonia

O Atlético termina a sexta rodada do brasileiro de forma invicta, com 14 pontos, 4 vitórias e 2 empates. É o melhor início de competição desde o início da era dos pontos corridos. Curiosamente, havia sido com o mesmo técnico Celso Roth, em 2003, o último bom começo do Galo no campeonato brasileiro.
Ainda é cedo para dizer se o time vai brigar pelo título, mas o que se viu no Mineirão, na vitória de 3 a 0 sobre o Náutico, hoje, foi uma total sintonia entre os jogadores, o técnico e a torcida. Outro teste pelo qual a equipe passou com louvor: ainda no início da partida, Thiago Feltri foi expulso. Quem esperava, daí pra frente, um Atlético recuado e com medo, acabou se surpreendo ao ver o time buscando o ataque. Parecia que estava com 12 jogadores, em vez de 10.
A torcida deu um show também em números: 40.820 pagantes.

O frio do domingo

Atlético X Náutico

Em casa,
espero o começo dos jogos pelo campeonato brasileiro.
Principalmente, o do Mineirão.
Afinal, o desempenho do Atlético neste início de campeonato
deixa animada a desconfiada torcida alvi-negra.
Se vencer hoje,
começa a reconquistar a confiança das arquibancadas.

Cruzeiro X Palmeiras

O jogo é no Parque Antártica,
onde o Cruzeiro dificilmente vence. Mas,é bom lembrar
que em 1996, o Palmeiras tinha um supertime (que não
tem hoje)
e na decisão da Copa do Brasil, o time mineiro, sob o comando
de Levir Culpi e com atuações brilhantes de Dida, Palhinha
e Marcelo Ramos, ganhou lá dentro a Copa do Brasil.
Será que o time de Adílson Batista poderá fazer o mesmo hoje?

Quem sou eu

Minha foto
Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.