sábado, 22 de junho de 2013

A lagoa

Pelas beiradas,
o girino passeia
na parte mais mansa da lagoa.

Pelas madrugadas,
o sapo bêbado doma
a hostilidade da noite.

Enluarada,
a lagoa esfinge:
ora, um espelho morto;
ora, um reflexo vivo

e em segundos,
uma gota sólida
invade o espírito da água.

Realiza o sonho,
quem conseguir decifrar o leito
antes do amanhecer.

   

Da desnecessidade de escrever

Pensei em dizer umas coisas
sobre a vida, sobre o mundo
mas Sócrates, Aristóteles e Platão
já disseram quase tudo.

Tive a ideia
de investigar o que sou,
de onde vim, 
o que penso, o que sinto,
pra onde vou.
Mas a filosofia 
adivinhou meu
questionamento 

Já quis cantar uma música,
que fizesse sonhar.
Mas já existe o
Mílton Nascimento!

Para a mente criar asa,

preciso vestir bem as palavras 
antes de elas saírem de casa.

Mas,  é preciso cuidado,

para que a ideia,
de ponte 
não vire muralha
E Belchior
já avisava:
palavras são navalhas.

Seja então minha alma
como a de Chico Xavier,
mestre em acender luzes,
em tirar o peso das cruzes.

Foi então que  rascunhei
umas frases.
Quem sabe eu criaria
uma obra relevante?

Mas para que?
Já tenho um 
Guimarães Rosa
na estante.

Só me resta reconhecer que nada sei.
Mas até isso, Sócrates já disse antes.

Quem sou eu

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Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.