Cale a boca
dobre a língua
arregale os olhos
tape o nariz
abra os ouvidos
vire o rosto
dê a outra face
tire a mão de mim
Mas se nada disso
nenhum sentido faz
comece de trás pra frente,
traga para o início o desfecho
abra a boca,
estique a língua
feche os olhos
mostre o nariz
cubra os ouvidos
encoste o seu começo
no meu fim
tire a barriga da miséria
Dê um passo maior que
a perna
quebre a cara
mostre os dentes
e se ainda assim,
não estiver feliz
mexa nas dosagens
do que foi feito pra ser frio
e do que deveria ter sido quente
desfaça o que igual se fez
faça o que eu quis
mas não cheguei a fazer
bem-vindo ao mundo dos descontentes
busque outros roteiros
e se perca nas inequações
e combinações diferentes.
Este é um blog teste. Com a pretensão de abrigar textos, poemas, crônicas...
sábado, 9 de fevereiro de 2019
Custo benefício
Calcule o tempo,
mas pelo menos
perca a hora
Faça e refaça as contas
permaneça em dia
Meça cada palmo
do espaço,
mantenha o controle
do leme
conduza suavemente o barco,
dobre as roupas de cama,
mas ao menos esqueça
o costume
de juntar as pontas do lençol
Fique calmo:
se tiver de vender o almoço,
pelo menos,
vai dar
pra comprar a janta
mas pelo menos
perca a hora
Faça e refaça as contas
permaneça em dia
Meça cada palmo
do espaço,
mantenha o controle
do leme
conduza suavemente o barco,
dobre as roupas de cama,
mas ao menos esqueça
o costume
de juntar as pontas do lençol
Fique calmo:
se tiver de vender o almoço,
pelo menos,
vai dar
pra comprar a janta
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
Superposições
O contraponto desse parapeito
é o rio louco, que extrapola o leito
Para o abismo imenso,
é fácil acolher o corpo e o resto
Uma lástima,
pois queda livre
é liberdade a contragosto
Pelo menos,
mostre logo esse rosto,
quem sabe assim, eu cego,
enxergue o seu céu
no meu inferno superposto
é o rio louco, que extrapola o leito
Para o abismo imenso,
é fácil acolher o corpo e o resto
Uma lástima,
pois queda livre
é liberdade a contragosto
Pelo menos,
mostre logo esse rosto,
quem sabe assim, eu cego,
enxergue o seu céu
no meu inferno superposto
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Quem sou eu
- Carlos Augusto de Albuquerque
- Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.