terça-feira, 14 de julho de 2009

Rotina de morte e vida

Toda vez
que eu morro
é assim:

uma subida,
uma árvore encorpada,
deixando a luz vazar
a sombra,
folhas caindo
no tempo exato.

Quando eu morro,
antes de levarem
meu corpo,
tenho a alma
bem lavada,
feito nosso time
goleando o maior rival.

Toda vez
eu morro assim:
sem saber a causa,
sem sair de casa,
sem bala perdida.

Mas, a pior morte
é essa:
viver como causa perdida.

E a melhor qualidade de vida
é, sim,
morrer todo dia
e saber que os anjos lá de cima
ou os demônios lá de baixo
moram é aqui dentro.

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Quem sou eu

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Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.