Ilusão nem bem pousou
na palma da minha mão
e já bateu asas.
Pior, faz o Amor,
esse pássaro arisco.
Não aparece mais
nem para catar os grãos
de alpiste
que espalho na varanda.
Ainda bem que existe
uma cadelinha vira-latas,
que mora uns tempos comigo,
passa uns meses fora,
mas sempre retorna.
O nome dela é Paixão.
O único problema é
essa vira-latez:
basta um descuido
e lá se foi ela
embora outra vez.
Este é um blog teste. Com a pretensão de abrigar textos, poemas, crônicas...
terça-feira, 27 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
No fim das contas
O sujeito
levava jeito
lavava a jato
enxugava a ferro
assinava em branco
pintava o sete
corava a cara
era o manda-chuva
tirava onda
morria de medo de avião
mas vivia no mundo da lua
De tempos em tempos,
mudava de casa
piscava pro olho da rua
namorava quem passava
casava com quem ria
dormia com quem chorava
acordava de cabeça cheia,
peito vazio
Fazia silêncio nas brigas,
gritava pedindo pra fazer as pazes
e se calava para ouvir vozes
do além,
do aquém,
do talvez,
de ninguém.
Sempre,
no fim das contas,
trocava o som pelo gesto
o todo pelo resto
o corpo do desejo
pelo rosto do beijo
No fim das contas,
lá pelas tantas,
trocava seis por meia dúzia,
fazia concha com as mãos
para colher pingos de chuva
e colocar os pingos nos is.
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Quem sou eu
- Carlos Augusto de Albuquerque
- Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.