Na música brasileira,
o trem é assunto recorrente.
Raul Seixas tinha o trem das sete.
Os Demônios da Garoa cantavam
que não podiam perder o trem das onze.
Cazuza embarcou num trem para
as estrelas.
Villa-Lobos viajava sem pressa
no trenzinho caipira.
Também não dá
para esquecer
o café com pão
café com pão
da poesia de Manuel Bandeira.
Na cultura mineira,
entre o erudito e o popular,
entre todos os ritmos,
entre a música do clube
da esquina
e as bandas no coreto
das praças,
entre as caixas do congado,
as violas e os violeiros,
entre as cantigas do Vale do Jequitinhonha
e o teatro do Grupo Galpão,
há um momento reservado
para um som sagrado:
o apito do trem.
Mineiro tira trem do olho,
enche a mala com os "trem"
e vai para a estação
pegar o vagão.
Mineiro,
quando está com fome,
come um trem qualquer.
Mineiro
não tem dúvida
de quando está apaixonado.
É só por sentido
nos sinais:
quando a paixão chega,
mineiro sente um trem no coração.
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