terça-feira, 18 de agosto de 2009

O trem

Na música brasileira,
o trem é assunto recorrente.

Raul Seixas tinha o trem das sete.
Os Demônios da Garoa cantavam
que não podiam perder o trem das onze.
Cazuza embarcou num trem para
as estrelas.
Villa-Lobos viajava sem pressa
no trenzinho caipira.

Também não dá
para esquecer
o café com pão
café com pão
da poesia de Manuel Bandeira.

Na cultura mineira,
entre o erudito e o popular,
entre todos os ritmos,
entre a música do clube
da esquina
e as bandas no coreto
das praças,

entre as caixas do congado,
as violas e os violeiros,
entre as cantigas do Vale do Jequitinhonha
e o teatro do Grupo Galpão,

há um momento reservado
para um som sagrado:
o apito do trem.

Mineiro tira trem do olho,
enche a mala com os "trem"
e vai para a estação
pegar o vagão.

Mineiro,
quando está com fome,
come um trem qualquer.

Mineiro
não tem dúvida
de quando está apaixonado.

É só por sentido
nos sinais:
quando a paixão chega,
mineiro sente um trem no coração.

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Quem sou eu

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Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.