segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cores de versos

Meus versos brancos
não são sérios
eles brincam

meus versos brancos
não são meus

chegam antes
que eu pegue no sono
e se apossam de mim

meus versos brancos
são tão livres
que até mudam de cor
sem me avisar

mas eu gosto
quando eles ficam
azuis,
de repente amarelos,
vermelhos numa tarde,
verdes ao amanhecer
ou se encardem
com a poeira da sala
(a sala é onde fica a estrada
de quem escreve)

quando ficam
negros
parecem
tomados
pelo ser de toda a
gente preta,
de toda a gente índia

os versos ficam então pretos
pretos da África,
índios da Índia
pretos, índios, brancos, pretos
amarelos, vermelhos, olhos azuis,
índios, olhos vermelhos, pretos
e marejados, verdes e amarelados
do Brasil

os meus versos
(que não são meus)
querem me acariciar

são tão breves
mas
conversam comigo
me levam pra passear

desconfio que meus
versos me preservam
quando não me guiam
a lugares mais profundos
nesse mar

sabem que eu corro o risco
de me afogar

Um comentário:

  1. Os seus versos descrevem belas paginas da vida com as tantas idas e vindas, com o colorido e também com o preto e branco. Parabéns e que qu possa continuar lendo novos versos escrito pelas suas mãos. Feliz 2010 pra você e sua família.

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Quem sou eu

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Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.