De manhã
o mesmo sono
não há
galo
nem terreiro
ou berreiro de menino
mas, o sol
na janela
é o cavaleiro
com a lança
à procura da preguiça
não o bicho
que mora na árvore
mas o pecado que
acorda
todo dia
ao meu lado
da casa vizinha,
vem um cheiro antigo
e reforçado
vem um som entornado
café
sendo passado
do coador
para a garrafa
e a convicção
de que hoje,
ninguém consegue
fazer um café
tão gostoso
como esse
que o meu nariz
bebeu
já me sinto
alimentado
e marco
no bloco de notas:
primeiro sorriso do dia
ser feliz
já é outro papo
um cafezinho só
não basta
era preciso
que aquele cheiro
perfumando todo o quarto
tivesse vindo
da minha cozinha.
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