domingo, 12 de dezembro de 2010

Crônica das formaturas

De quatro em quatro anos, de cinco em cinco, de três em três... Depende do curso. A cada vestibular, os aprovados formam uma nova turma. No fim do curso, essa mesma turma se forma outra vez. E assim, o verbo formar tem emprego garantido, tanto na entrada como na saída do estudante da faculdade.

E não é que a vida é uma sequência de formaturas? O bebê recém nascido começou a se formar nove meses antes, quando um espermatozoide valente venceu a corrida e se encontrou com um óvulo e os dois formaram um ovo, que virou embrião e... você sabe. Aliás, essa brincadeira começou mesmo mais cedo, quando homem e mulher formaram um casal, que se acertou na cama e deu no que deu!

Depois do nascimento, começa um processo que vai acabar também em formatura! Pai e mãe de primeira viagem aprendem, em pleno voo, a pilotar esse avião, chamado família! Meu Deus! É menino querendo mamar, a chorar, a espernear, a aprender a falar, a cair para aprender a andar. E aí, pronto! Quatro anos se passaram, cinco, seis, sete... E o diploma? Não vão entregar para os pais? Nada disso. Está pensando que formar um filho é simples assim, como formar um jornalista, um médico ou um advogado? Não dá para fazer artigo científico ou monografia sobre a profissão de pai ou mãe sem que se passe pela fase da adolescência. Haja bibliografia, haja regras para ser descartadas, substituídas, reinventadas. Normas da ABNT? De nada valem. Dicas da revista Nova, da Pais e Filhos, do programa de TV, da Super Nany? Já não é mais bibliografia, é multimidiografia! E mesmo assim, sempre vem a conclusão de que é cedo para entregar o diploma aos pobres pai e mãe! E mais cedo ainda para entregar o canudo para os filhos.

Ao passar da infância para a adolescência e daí para a fase adulta, o homo sapiens participa de algumas formaturas na escola! As fotos não deixam mentir: formatura na educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio, na faculdade!

E assim, caminha o formando! Nessa espécie de existencialismo gerundista. Está sempre indo, ensinando e aprendendo, conquistando, decepcionando-se, surpreendendo-se!E acaba por se formar várias vezes, sem solenidades. Ou você se lembra com precisão do dia e da hora da formatura dessa pessoa aí, que as outras pessoas chamam de você?Em algum instante, o verbo formar ganhou o prefixo trans e a gente virou isso que a gente é.

Ainda hoje, às 8h32min, ou amanhã, às 11h25min, ou quem sabe, exatamente agora, você pode estar colando grau. O mestre de cerimônias chama-se Tempo. Preste atenção, quando ele chamar o seu nome, suba ao palco e saboreie os aplausos!

3 comentários:

  1. Eiiii Carlinhos!
    Arrazou no post!
    Agora também estou com blog!
    Me segue lá!
    Beijooo

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  2. Parabéns pela crônica da formatura..Abraços ai,colega

    Wellington Fred

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Quem sou eu

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Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.