Quando sentou na cadeira do bar,
a palma da mão estava de um jeito,
que água não dava conta de limpar:
engordurada de
tanto manusear cotidianos,
contaminada
de grandes e
pequenos dramas,
impregnada de bactérias
e resquícios de perfume
deixados por outras mãos
Teve a sensação de que
higienizar aquela parte do corpo
seria também lavar a alma
E finalmente, começou a operação
limpeza:
com uma caneta entre os dedos,
deslizou a palma da mão
sobre o guardanapo aberto na mesa

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