Era um voo de skate,
um cochilo no colchão da sala,
um bilhete perguntando:
- o que houve?
Faz tanto tempo
que nada entre nós
se fala
nem nada se ouve.
Faz tanta falta!
E será que nossa falta
de tempo nos absolve?
Sobram distâncias,
e esses silêncios
são cheios de skates,
de colchões na sala,
e de conversas na madrugada.
E como falar em silêncio,
com tantos Cazuza, Elis e Belchior no vinil?
Mas como não guardar a
eloquência daquilo que ninguém disse,
mas para sempre é o que se ouviu?
Portas abertas para o que chegar,
sem importar o que vem
Sabemos tudo da vida que houve,
e de como foi bom saber viver.
O poema acaba aqui,
não por falta de espaço pra escrever,
mas porque sem abraço,
a saudade só sabe crescer.
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