quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Crônica de ônibus

O ônibus lotado está com cheiro de maçã.
Um rapaz, em pé,
ao lado da catraca,
tem uma sacola de supermercado na mão.
Ele abre e tira de lá,
um bombom.
E come.

Uma mulher fala ao celular.
Um homem ri enquanto Lê uma mensagem no celular.
Outras duas mulheres
falam sobre um celular Ching-ling:

- O meu namorado me deu.
No início, funcionava muito bem.
Depois, a bateria foi ficando
"viciada" (o autor da crônica não sabe
dizer se ela usou a palavra viciada com ou
sem aspas)

- Esse é o problema do Ching-ling!
Já tive um.

O diálogo é breve.
As duas se calam.

Bem ao lado das mulheres,
um jovem manuseia o celular.
Ele usa fones no ouvido.
De vez em quando, olha para fora do ônibus.

O rapaz, perto da catraca,
tira mais um bombom da sacola e come.
Ele usa um boné cor de laranja
Mas, o ônibus continua com cheiro de maçã.

-----------------

Eu até já havia chegado ao ponto final.
Não ao fim da viagem do ônibus.
Mas, ao fim desta crônica.
Só retornei ao texto para dizer
que o rapaz, ao lado da catraca,
tirou o terceiro bombom da sacola.
E comeu.
E não sei se algum dia,
ao entrar no ônibus,
vou sentir esse mesmo cheiro de maçã.   

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Quem sou eu

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Na rádio, sou o narrador de futebol, Carlos Augusto. Na TV, sou o repórter e apresentador Carlos Albuquerque. Aqui, neste blog, pretendo resolver essa "crise de identidade" e juntar os dois "Carlos"! Mas, no fundo, sou aprendiz, eternamente aprendiz! Sou filho da terra, de todas as terras que formam o planeta, de todas as substâncias que formam o universo. Sou irmão de todos os seres. Sou o pai da Luíza.